domingo, 21 de junho de 2009

Persas, Judeus e Ianques. Irã: Muito mais do que eleições!





O Irã representa um desafio para a compreensão geopolítica do Oriente Médio, são persas e não árabes e sua estrutura política mantém, desde a revolução islâmica há 30 anos atrás, um líder supremo religioso que se posiciona acima da política. Os atuais protestos contra os resultados das eleições demonstram não somente uma busca por mais liberdades civis e políticas, mas também um desafio a esse tabu de expressar opiniões contrárias a do líder supremo. Trata-se de questionar também a própria legimtimidade dessa posição acima da política, como bem recordou recentemente Farred Zakaria, um proeminente analista de política internacional da Universidade de Havard.

O fato de haver uma estrutura política rígida torna a cooperação na área das armas de destruição em massa, área primordial quando se pensa no Irã atual, no mínimo improvável. Isso também decorre do fato de que os EUA e Israel têm poucas opções diante do desafio iraniano. As sanções anteriores no âmbito da ONU não funcionaram e isso pode ser explicado pelo proselitismo iraniano em seguir seus interesses nacionais. O maior problema relacionado a esses interesses é que são interesses opostos aos interesses norte-americanos e israelenses na região. Os EUA, em sua política externa para o Oriente Médio, sempre procurou manter a região fragmentada no campo do poder militar e econômico com a finalidade de evitar o domínio geopolítico por parte de uma única potência regional. Eis que o Irã é aspirante a essa posição.

Os interesses geopolíticos vão além de uma simples disputa interna entre Ahmadinejad e Musavi. São questões mais amplas. Por exemplo: Haveria realmente mudança no programa nuclear iraniano caso Musavi fosse declarado vencedor? Se Ahmadinejad permanecer presidente, qual será a estratégia de Israel e dos EUA no sentido militar? O Irã se encontra numa situação favorável em uma possível negociação, pois tem ao seu lado uma estratégia win-win (sai ganhando seja qual for o resultado). Em outras palavras, se por exemplo, as negociações não avançam e as percepções de ameaças por parte dos norte-americanos e israelenses aumentam, um ataque aéreo poderia ser sugerido, mesmo que com alto risco. Um ataque por parte de Israel dará ao Irã o direito legítimo de retaliar e a guerra certamente escalaria para um nível internacional.

O cenário futuro é nebuloso para a política externa de Obama que tem que equilibrar seu desejo de satisfazer os interesses dos seus tradicionais aliados israelenses, criar um Estado palestino e dissuadir o Irã ao mesmo tempo. Os protestos atuais em favor de Musavi também podem ser apenas um lado da moeda, pois Ahmadinejad detém forte apoio popular no interior do país mais conservador. Uma estratégia de "cercamento" geopolítico do Irã poderia ser interessante, mas antes da resolução do imbróglio eleitoral nenhuma opção parece sensata.

sábado, 20 de junho de 2009


SERRA 2010

O presidente Lula da Silva para uso interno, ou seja, no Brasil, é visto por companheiros e admiradores como uma espécie de aiatolá, uma criatura dotada de poderes supremos. Ele paira acima de qualquer suspeita, de qualquer lei, faça o que fizer, diga o que lhe passar pelo bestunto. Frei Betto chamou Lula da Silva de ‘luz do mundo”. A propaganda tratou de divinizar o “pobre operário” no altar da pátria como um redentor capaz de redimir pobres e oprimidos. Funcionou bem a religião de Estado.

Em tempos idos o PT foi uma espécie de seita religiosa com dogmas, credos e auréola. Seus adeptos diziam orgulhosamente pertencer ao único partido ético do Brasil e o fanatismo dos militantes era tal que granjeou ao PT a alcunha de Partido do Taleban, zombaria que os seguidores de Lula-lá reagiam com ira revolucionária. Lula tem em seu curriculum o mensalão e o aparelhamento do Estado (uso do governo como cabide de emprego para petistas) EM outras palavras, a democracia com Lula no poder tem sido cada vez mais ferida e as instituições cada vez mais sujas.