sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Líbia e a Democracia


A onda de revoltas pró-democracia no mundo árabe tem um teste chave na Líbia. Será, sem dúvida, sua última fronteira por duas razões principais: a importância estratégica e econômica do estado líbio e a possibilidade de depor um dos mais longevos e tiranos ditadores da atualidade. Muhamar Kadafi, que está no poder desde 1969.

Os sucessos dos levantes na Tunísia e no Egito transbordaram para toda a região árabe do norte da África conhecida como Magreb. Kadafi lutou contra o colonialismo italiano e derrubou com o apoio das forças armadas a antiga monarquia líbia. Foi um dos líderes do movimento terceiro-mundista e apoiou grupos terroristas como o Setembro Negro, que promoveu o ataque contra a delegação israelense nas Olimpíadas de Munique em 1972. Além disso, abrigou terroristas que explodiram um avião comercial na Escócia em 1988.

Os sucessos dos levantes na Tunísia e no Egito transbordaram para toda a região árabe do norte da África conhecida como Magreb. Kadafi lutou contra o colonialismo italiano e derrubou com o apoio das forças armadas a antiga monarquia líbia. Foi um dos líderes do movimento terceiro-mundista e apoiou grupos terroristas como o Setembro Negro, que promoveu o ataque contra a delegação israelense nas Olimpíadas de Munique em 1972. Além disso, abrigou terroristas que explodiram um avião comercial na Escócia em 1988.

Por conta de suas atitudes provocativas, foi bombardeado literalmente pelos EUA em 1986 e depois do 11 de Setembro buscou uma reaproximação com os norte-americanos e europeus estimulando acordos na área dos hidrocarbonetos em troca de apoio político. Afinal, ditaduras se mantêm no poder através de algum tipo de reconhecimento internacional e, principalmente, através da repressão aos opositores.

Se Kadafi cair, nenhum outro líder repressor árabe estará seguro, uma vez que a repressão do regime na Líbia tem sido duríssima. O governo usou inclusive a força aérea para bombardear os manifestantes. A ONU pediu, por meio do Conselho de Segurança, uma investigação para verificar se o governo de Kadafi cometeu crime de Genocídio ao reprimir os protestos. A linha de frente da luta é a capital Trípoli, mas os protestos começaram na cidade de Benghazi, próxima ao Egito, onde a oposição já tem o controle político.

A retórica demagoga de Kadafi já não encontra suporte nos últimos acontecimentos. A economia vai mal com a produção de petróleo caindo. A Líbia é um estado dependente desse recurso e a maior parte da produção é feita por empresas estrangeiras que retiraram boa parte de seus funcionários do país. Deserções de militares aumentaram desde o início dos protestos e o embaixador líbio nos EUA, além de outros diplomatas também deixaram de apoiar o regime ditatorial.

A Líbia de Kadafi é um “petro-estado”, corrupto e próximo ao que se costuma chamar de “Estado Bandido” por apoiar grupos terroristas. Há mais de quarenta anos no poder, Kadafi agora está seriamente ameaçado pela população Líbia que busca ter um Estado de verdade e pelos governos e organizações internacionais. A queda de Kadafi significará o início do sucesso da democracia no restante do mundo árabe. Será o último “peão” a cair dos ditadores árabes que depuseram as monarquias nos anos 1950 e 1960.

A Líbia só tem a ganhar com um regime pós-Kadafi, pois seria mais humano e seria mais bem visto pela comunidade internacional. Com uma Líbia sem o regime tirano de Kadafi, as portas estão abertas para um movimento democrático internacional árabe e os ditadores não estarão mais tão seguros no poder.

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